A COMPLEXA TAREFA DA GESTÃO DE CUSTOS NA EMPRESA

Renato Schühli

Consultor AGKR

A Complexa Tarefa da Gestão de Custos na Empresa

Renato Polatti Schühli

Curitiba, maio de 2013

Um sábio empresário me ensinou: “se você for fazer um negócio mais ou menos preparado pode ficar certo de uma coisa: o outro ficará com o mais e você com o menos”. Isto serve para o empresário quanto ao conhecimento dos custos: convém conhece-los bem para competir!

O conhecimento dos custos em qualquer empresa é assunto estratégico, pois baseia decisões que a posicionam no mercado. Como consequências de tais decisões a empresa poderá passar a operar com um composto de produtos ou serviços inadequado e até mesmo ser levada a operar em segmentos de menor potencial de lucro.

O gerenciamento consiste em obter resultados desejados (metas); a meta de custo vem ou do mercado ou pela tradição da empresa. Quando tomada pela tradição denota satisfação do gestor com o resultado já alcançado antes, que o habilita a servir como padrão. Já quando é tomada do mercado (benchmarking) é necessário analisar o modo como a informação chega até a empresa. Em geral os dados de custo são mantidos sigilosos ou reservados pelas empresas e a manifestação do nível de custo vem pela comparação dos preços de venda dos produtos ou serviços, estes sim, conhecidos em geral no mercado; ocorre que o preço de venda é afetado não só pelo custo, mas também pelas políticas da empresa para absorver as despesas operacionais (as de vendas e as gerais e administrativas) e para formar o lucro. Assim, eventuais dificuldades de competir não necessariamente vêm dos custos da empresa, mas podem vir das referidas políticas.

Custos são só efeitos ! Então o gestor tem que não só conhecer os custos, mas também estabelecer as relações deles com as suas causas.  Isto é provido pelo que se chama de um “sistema de custos”. Um sistema de custos deve apresentar algumas propriedades importantes:

  1. Deve portar dados atualizados. Parece óbvio, mas nem sempre acontece. Para tal é condição necessária que a empresa tenha um procedimento padronizado para implantar mudanças de engenharia (de produto, de processo e de métodos), de modo a que a lista de peças e as folhas de processos dos produtos, bem como o cadastro dos postos operativos, representem com exatidão o que acontece na fabrica. Também a relação com o mercado fornecedor, de materiais e de serviços, tem que estar bem representada no sistema para que os respectivos custos de aquisição sejam atualizados.
  2. Deve ser capaz de representar a composição do custo do produto a partir da sua lista de peças, representando de forma hierárquica toda a composição (material, peça, subconjunto, conjunto, produto). Assim, atribuindo propriedades a cada elemento da composição (tipo de material, função, origem, etc.) pode o gestor fazer a Análise de Valor e identificar oportunidades de adequação do custo através de mudanças de engenharia.
  3. Deve estar ligado aos parâmetros de gestão da fábrica para capturar as influências da eficiência da fábrica, do grau de utilização da capacidade e do desempenho quanto à qualidade (rejeições e retrabalhos).
  4. Deve apropriar aos produtos todos os custos que causam diferenciação entre os mesmos. É o que se chama na teoria de custos de Princípio das Estratificações. Não basta computar somente o custo dos materiais, mas também a mão de obra, energia, e outros, desde que causem a referida diferenciação entre os produtos. Existem métodos adequados para fazer isto: ABC (Custeio Baseado em Atividades), UEP (Unidades de Esforço de Produção), Custo Padrão, etc., que ajudam a fazer uma apropriação de custo justa aos produtos.

A gestão (ou controle) dos custos não se limita, entretanto, ao conhecimento dos custos e suas causas. Implica ainda em interpretar os dados comparando-os com as metas e parâmetros estabelecidos, identificando anomalias e dando início às necessárias ações corretivas ou preventivas. O gestor de custos tem, portanto, interação intensa com toda a equipe de gestores de uma empresa (engenharia, controle da produção, suprimentos, etc.). Assim, a gestão de custos na empresa caracteriza-se como complexa: exige um sistema de custos (e este não se limita a um software, mas se complementa com a prática de políticas e procedimentos padronizados), é multifuncional, demanda um método de gestão e, sendo estratégico, deve necessariamente ter a participação da alta administração da empresa

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